mais incautos passaram a ser má gente. tudo o resto
preza‑se
e cabe na sociedade de queixo erguido.
e isso
leva‑nos
a quê. perguntei eu
a quê, retorquiu, exultante
pelo meu aparente interesse.
sim, respondi algo provocador,
o que quer dizer com isso, na verdade, na prática, o
que significa uma afirmação toda ensimesmada dessas.
ele
voltou a pousar a caneta,
pôs‑se de pé com ar de quem faria um rodeio interminável mas,
depois da hesitação, foi directo ao assunto. respondeu,
num tempo em que todos somos bons homens
a culpa tem de atingir os inocentes.
pensei nos inocentes.
não sou um homem piedoso. não há inocentes.
--- fragmento do romance
a máquina de fazer espanhóis
valter hugo mãe ---
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário